sábado, 30 de janeiro de 2010

CNPI, CFA, CEI: saiba mais sobre os certificados para profissionais do mercado

CNPI, CFA, CEI: saiba mais sobre os certificados para profissionais do mercado


SÃO PAULO - CNPI, CPA, CFA, CEI. Essas siglas são velhas conhecidas de muitos, mas podem impressionar os mais iniciantes no mercado. O número de certificações possíveis para profissionais de investimento pode surpreender a primeira vista - entretanto, numa análise mais a fundo, a especificidade de cada um dos certificados mostra que não é necessário se preocupar em ter que acumular inúmeros certificados para trabalhar no mercado.

No Brasil, há algumas certificações obrigatórias, que variam conforme o cargo do profissional. Os principais são o CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento), o CPA-10 (Certificação Profissional Anbima – 10), e o CPA-20 (Certificação Profissional Anbima - 20).

CNPI
O CNPI é considerado obrigatório pela CVM para função de Analista de Valores Mobiliários, e é oferecido através da Apimec. A certificação tem três tipos distintos: para analistas fundamentalistas (CNPI), para analistas técnicos (CNPI-T) e para analistas plenos. “O candidato poderá se inscrever nos exames separadamente, em qualquer ordem. A partir da primeira inscrição, ele terá o prazo de um ano para concluir e ser aprovado nos dois exames”, explica a Apimec.

Assim, as provas são aplicadas em três fases – a primeira, chamada de CB (Conteúdo Brasileiro), é comum a todos, e tem 75 questões de múltipla escolha sobre temas como sistema financeiro nacional, mercado de capitais, mercado de renda fixa, mercado de derivativos, entre outros.

A segunda fase, para os fundamentalistas, tem 72 questões de múltipla escolha sobre análise e avaliação de ações, finanças corporativas e contabilidade financeira e análise de relatórios financeiros. Por fim, a terceira fase – para analistas técnicos – também conta com 72 questões de múltipla escolha contendo as seguintes matérias: Princípios de Análise Técnica; Dow, Elliott e Fibonacci; Retas, Tendências e Médias móveis; Stop, Suporte e Resistência; Volume & Contratos em Aberto.

CPAs
Já o CPA-10 e CPA-20 são obrigatórios para funcionários de bancos que lidem diretamente com clientes. O CPA-10 é exigido para que o profissional venda produtos de investimento ao investidor comum, e também é direcionado a profissionais de cooperativas de crédito que devem ser certificados para desempenhar suas atividades.

O exame contém 50 questões de múltipla escolha.

O CPA-20, por sua vez, se destina a profissionais em contato com investidores qualificados – incluindo os gerentes que atendam os segmentos private, corporate e investidores institucionais. O exame contém 60 questões de múltipla escolha.

De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), “caso a instituição seja aderente ao Código de Regulação e Melhores Práticas para Fundos de Investimentos, os profissionais que atuem em centrais de atendimento devem obrigatoriamente possuir o CPA-20”.

Autônomos
Além disso, a Certificação para Agente Autônomo é considerada obrigatória para o agente autônomo de investimento. Segundo a CVM, esse agente “é a pessoa natural que obtém registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, para exercer, sob a responsabilidade e como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, a atividade de distribuição e mediação de valores mobiliários”.

O certificado é responsabilidade da Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias).

Extras
Além das obrigatórias, há uma gama de certificações de diferenciação – ou distinção – que o profissional de investimento pode obter. Uma das principais é o CFA (Chartered Financial Analyst), um certificado global que vale como uma pós-graduação na área financeira. “É o topo da pirâmide”, explica Toya Tamega, gerente de marketing da FK Partners, que oferece cursos preparatórios para o exame. Segundo ela, apenas 350 profissionais no Brasil possuem essa certificação.

O CIIA é outro certificado internacional voltado para profissionais do mercado financeiro e de capitais. Segundo a Apimec, que oferece o exame, “a obtenção do diploma CIIA confere ao profissional a certificação de um elevado padrão de conhecimento essencial para a atuação na área de investimentos”. O CNPI é um pré-requisito para a obtenção do CIIA.

Em sua maioria, os certificados de distinção são relevantes dependendo do cargo e do objetivo profissional. O CFP, por exemplo, interessa a profissionais que querem trabalhar na área de private de algumas instituições, enquanto o CEI se destina a profissionais com ambições de operar no varejo de alta renda – um pouco abaixo do investidor especializado, mas ainda com um valor acima do varejo comum.

O CEI (Certificação para Especialistas de Investimentos) é outra opção para assessorar os clientes sobre decisões de investimento – considerando o perfil do investidor em suas recomendações. O CGA (Certificação de Gestores Anbid), por sua vez, é voltado para o profissional que realiza gestão remunerada de recursos de terceiros, com poder de decisão sobre os investimentos. Apesar de não ser obrigatório pela CVM, o CGA é obrigatório por autorregulação.

Por fim, o CGRPPS (Certificação de Gestores de Regime Próprio de Previdência Social) é uma certificação voltada para profissionais dos que atuam nos Institutos de Previdência dos estados e dos municípios.

É importante mencionar que alguns dos exames têm pré-requisitos. O CFP, por exemplo, exige o mínimo de três anos de experiência profissional em atividades relacionadas ao processo de planejamento financeiro pessoal. Já o CEI tem como pré-requisito o CPA-10 ou CPA-20.

Cursos e mercado
Em meio a tantos certificados, os profissionais encontram maneiras de se preparar para as certificações. A FK Partners, por exemplo, já teve em torno de 3 mil alunos desde sua criação, em 2004. Segundo Tamega, a demanda voltou a aumentar na metade de 2009, depois de uma baixa durante o pico da crise.

Apesar de o principal produto da FK Partners na área financeira ser o preparatório do CFA – já que é a única instituição no País a oferecer o curso – a empresa planeja abrir um curso online de preparação para o CNPI, que tem uma agenda de provas bastante flexível.

Algumas instituições, como o Banco do Brasil – o maior gestor de fundos do País -, oferecem esses cursos internamente, para estimular os funcionários a buscar uma melhora profissional. Na contratação, o banco não exige formação acadêmica específica ou certificado do mercado – entretanto, o CPA-10 e o CPA-20 são obrigatórios para profissionais de investimento que lidem com clientes, conforme o cargo ocupado.

De acordo com José Caetano de Andrade Minchillo, da diretoria de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, caso o funcionário ainda não tenha as certificações e queira se candidatar a uma vaga com esse pré-requisito, a Universidade Corporativa do banco oferece cursos internos de preparação, desenvolvidos internamente. “O banco estimula que as pessoas que atendem o pré-requisito tirem a certificação – ou através do banco, ou reembolsamos o custo do certificado”, afirma Caetano. O banco já treinou 2.036 funcionários para o CPA-10, e outros 1.229 para o CPA-20.

Além disso, o BB conta com 10 certificações internas, que somam pontos no sistema de carreiras do banco, apesar de não obrigatórias. “O banco leva em conta um profissional que detém várias certificações além da obrigatória – incluindo graduação, pós-graduação, certificados externos e internos, de língua estrangeira. Estimulamos essa formação, e tudo é considerado no sistema”, conclui Caetano.

Confira o custo de algumas das certificações:

Responsável Certificado Custo
Andima/ Anbid CAP-10 R$ 160
CAP-20 R$ 300
CGA R$ 800
CEI R$ 500
Apimec CNPI R$ 495*
CGRPPS R$ 160
IBCPF CPF R$ 700**
CFA Institute CFA US$ 111***

*Valor sem desconto para membros da Apimec, para os três módulos
** Valor de 22/11/2009
*** Pagamento até fevereiro de 2010, para prova de junho

domingo, 17 de janeiro de 2010

Histórico de cotação Bovespa - 15 anos

Banco de Dados das ações e índices da Bovespa com 15 anos de cotações de 168 ativos -gratuito

Atualizado até 31/Dezembro/2009

http://www.4shared.com/file/199309986/9cbec33d/BOVESPA70.html

Médias móveis: saiba como funcionam e como utilizar este indicador

SÃO PAULO - Alguns analistas, conhecidos como analistas técnicos, fazem uso de gráficos e indicadores para se orientarem no mercado financeiro. Através destas ferramentas, é possível identificar tendências e as reversões destas tendências, de forma que o investidor pode operar de acordo com elas, e não contra elas.

Além do conhecido gráfico de barras e os candlesticks, bastante utilizados para traçar as linhas de tendência ou identificar os pontos de suporte e resistência, os analistas técnicos também utilizam indicadores estatísticos que ajudam na hora da tomada de decisão. Dentre estes indicadores, um dos mais utilizados e mais versáteis são as médias móveis.

Como funcionam as médias móveis?
Como o próprio nome sugere, o indicador tira uma média dos preços de um determinado ativo em um determinado período e aplica esta informação num gráfico. Por exemplo, o uso de médias móveis de 10 dias, implica que será tirada uma média, podendo essa ser simples ou exponencial, dos últimos dez preços (normalmente são usados os preços de fechamento) e para cada dia que passa. o preço do novo dia é adicionado à média e o preço do último dia é subtraído, de forma que o gráfico irá se deslocar desta maneira.

As médias móveis são seguidoras das tendências, ou seja, elas só apontam uma tendência quando esta já existe, de forma que a velocidade com que a visualização da tendência irá aparecer no gráfico irá depender do tipo de média utilizada. As médias móveis podem tanto mostrar uma tendência e confirmá-la, como sinalizar uma possível reversão através da identificação de fortes movimentos de compra ou venda do mercado.

Utilizando as médias móveis
Apesar disso, as médias móveis também podem apresentar atrasos, e isso irá variar do período utilizado pelo analista para determinar o calculo da média. Entretanto, esses atrasos podem ser eliminados, à medida que o analista utiliza médias mais curtas, por exemplo, média de 5 dias ou 10 dias para gráficos diários.

Contudo, vale ressaltar que, quanto mais curta for a média, mais sensível ela será a mudanças nos preços, e, por isso, evitará menos atrasos do que as médias mais longas, mas com mais freqüência ela poderá indicar uma tendência falha, um pequeno movimento que não se confirmou mas que poderá parecer consistente no gráfico.

Assim, para se obter o melhor resultado na hora de operar utilizando as médias móveis, é preciso identificar aquele período de tempo em que a média é sensível o bastante para mostrar a tendência com mais velocidade, mas insensível o bastante para não deixar passar as tendências falhas.

Isso dependerá do perfil do investidor, de quanto ele está de disposto a se arriscar para perceber uma tendência antecipadamente, correndo o risco dessa não se confirmar. Além disso, é válido destacar que, como as médias mais curtas são mais sensíveis, o investidor provavelmente irá realizar mais operações, o que lhe gerará maiores custos com corretagem.

Escolha e eficácia
O uso das médias móveis pode ser mais eficaz, de acordo com analistas, com a utilização de mais de um tipo de média junto, combinando dois ou três tipos de médias por exemplo. Isso acontece, porque as médias mais longas funcionam melhor quanto mais forte for a tendência, ao passo que, médias mais curtas são mais eficazes na identificação de uma reversão de tendência.

Além de identificar uma tendência ou sua possível reversão, esta combinação também poderá evitar os atrasos e as falhas de tendência passíveis de ocorrer na utilização das médias móveis.

No caso da utilização de uma média apenas, o investidor pode identificar que um movimento grande de compra foi realizado cada vez que um preço de fechamento ficou acima da média móvel. Em sentido oposto, um movimento de venda será observado caso o preço de fechamento fique abaixo da média. Para a confirmação destes movimentos, alguns analistas preferem esperar a média cruzar o gráfico.

Utilizando duas ou três médias juntas
Na utilização de duas médias juntas, por exemplo de 5 dias e de 20 dias, ou seja, uma média curta e uma longa, um sinal de compra é observado quando a média curta cruza a média longa para cima em uma tendência de queda, configurando um sinal de reversão. O mesmo vale para uma tendência de alta, ou seja, quando a média curta cruza a média longa para baixo e sinaliza a reversão.

Já para a utilização de três médias móveis, por exemplo 5 dias, 10 dias e 20 dias, a confirmação de uma tendência é feita em três etapas: quando a média de 5 dias cruzar a média de 10 dias para cima, no caso de uma tendência de queda, temos então uma sinalização de reversão, quando a média de 5 dias então cruza a média de 20 dias temos a confirmação da tendência e por fim, quando a média de 10 dias cruza a de 20 dias, temos a ratificação deste movimento.

Perfil do investidor e outros indicadores
Mais uma vez, nestes casos o perfil do investidor será fundamental na hora da tomada de decisão, uma vez que um investidor com perfil mais arrojado talvez não queira esperar a ratificação do movimento para comprar ou vender um ativo, já que até o momento da ratificação, o rendimento pode ter diminuído.

Além disso, um fator de fácil visualização e que não requer muita prática na hora de analisar um gráfico com médias móveis é que todo preço tende a se mover em linha com a média, assim, quando por exemplo, o preço está muito acima da média, a tendência é de que ele caia até atingir a média. Da mesma maneira, caso o preço esteja muito abaixo da média, há uma tendência de que ele suba e volte a se encontrar com a sua média. Quanto tempo o investidor irá esperar os preços se distanciarem da média, porém, também irá depender de seu perfil.

Além das médias móveis, existem outros indicadores que, combinados à utilização dos gráficos e das médias móveis, irão prover mais segurança na hora da tomada de decisão, de forma que analistas recomendam esta combinação e afirmam que, à medida que as tendências são identificadas em mais gráficos, mais segura será a tomada de decisão.

Suporte e resistência: conheça os fatores que determinam sua força

Suporte e resistência existem porque as pessoas têm memória, e ela nos induz a comprar ou vender em certos níveis de preço. Assim, o conjunto de compras e vendas por parte dos investidores cria os suportes e as resistências. De maneira simples, são zonas de preços nas quais o movimento atual do mercado tem grandes chances de parar e reverter.

Suporte e resistência são níveis onde as compras e as vendas, respectivamente, são fortes suficientes para interromper ou mesmo reverter um processo de queda ou de alta. Podemos identificar graficamente o suporte por uma linha conectando vários fundos, e a resistência por uma linha conectando os vários topos.

A força por trás de toda a zona de suporte e resistência depende de três fatores: seu comprimento, sua altura e volume negociado.

Tempo: variável fundamental
Quanto mais longa uma área de suporte e resistência, mais forte ela é. Uma congestão de poucas semanas proporciona apenas um mínimo de suporte e resistência, já uma faixa de negociação mais prolongada, com meses ou até anos, é suficiente para gerar nos operadores pontos intermediários e principais de suporte ou resistência.

A força do suporte e da resistência aumenta cada vez que a área é atingida. Quando os preços revertem em certo nível, os investidores tendem a apostar numa reversão na próxima vez que os preços retornarem ao mesmo nível.

Maior amplitude aumenta força do suporte ou resistência
Quanto maior a amplitude de uma área de suporte e resistência, mais forte ela é. Isso se deve ao desgaste do mercado para se chegar ao outro ponto da congestão. Assim, ao se aproximar do outro extremo, já chega sem força para o rompimento.

Por outro lado, se ocorre a perfuração da congestão, é porque a força que a provocou é muito forte e não deverá parar tão cedo, gerando tendências maiores.

Volume deve ser levado em consideração
Quanto maior for o volume de negociação numa área de congestão, mais forte ela é. Altos volumes de negociação numa área de congestionamento mostram envolvimento ativo dos investidores, um forte sinal de comprometimento emocional.

Baixos volumes mostram que os investidores tiveram pouco interesse em operar naqueles níveis, sinal de fraqueza dos suportes e resistências.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

China passa os EUA no posto de maior mercado de automóveis do mundo

SÃO PAULO – O mercado chinês de automóveis ultrapassou o norte-americano e tomou para si o posto de maior do mundo: em 2009, foi registrado no país um aumento de 46% nas vendas de carros em relação ao ano passado, segundo a Associação Chinesa de Fabricantes Automobilísticas.

No total, 13,6 milhões de unidades foram vendidas. A expansão deve-se, além do crescimento econômico do país, ao plano do governo de fomento à demanda interna, que cortou pela metade os impostos incidentes sobre vendas de automóveis novos e ofereceu o equivalente a US$ 732 milhões para que a população trocasse seus carros antigos.

Em 10 de dezembro do ano passado, o governo anunciou planos de retirada das medidas. No entanto, a previsão dos analistas é de que o mercado chinês continue aquecido, em parte, devido ao enorme potencial que ele ainda reserva: o país possui uma média de 35 veículos por cada mil chineses, ao passo que este número nos EUA chega a 800.

Por falar em EUA, por lá, as estatísticas contabilizadas no ano passado não são animadoras. O maior mercado de automóveis do mundo há mais de um século registrou uma queda de 21% em suas vendas, totalizando 10,4 milhões de unidades. O valor é o menor desde 1982.

Investimentos
Não à toa, automobilísticas norte-americanas vêm elevando seus investimentos na China, onde as perspectivas aparentam ser mais promissoras. A General Motors marcou um crescimento de 67% em suas vendas no país asiático no ano passado, atingindo um recorde de 1,83 milhão de veículos.

A Ford deverá investir US$ 490 milhões na instalação de uma terceira planta na China. As europeias também estão de olho no potencial do mercado chinês: a Volkswagen é uma delas, tendo anunciado planos de investir € 4 bilhões (US$ 5,7 bilhões) no país em 2011.