terça-feira, 29 de junho de 2010

Manejo de risco: a íntima relação entre ser um trader bem sucedido e o stop loss

Antes de começar a leitura de mais um artigo sobre controle de risco, pense e responda: ao iniciar uma operação, você determina primeiro os pontos de resistência ou de suporte? Na sua visão, o essencial é encontrar o melhor ponto de entrada ou elaborar uma estratégia de saída apropriada?

Não há uma pesquisa oficial sobre o assunto, mas as andanças por cursos e palestras relacionadas ao mercado financeiro mostram que os investidores pensam fundamentalmente nos lucros, para só depois calcular os potenciais prejuízos. Isso quando calculam.

Pode parecer óbvia ou até sem sentido para alguns, mas a atitude em relação ao questionado pode ser determinante para o fracasso ou sucesso no dia-a-dia do mercado financeiro.

Estratégia de saída
A estratégia de saída nada mais é do que determinar, no primeiro momento, o stop loss da operação, para logo em seguida monitorar a evolução dos preços através do stop gain. Este procedimento é a fronteira para limitar os prejuízos e deixar os lucros fluírem, regra número um dos traders.

A ideia de priorizar a estratégia de saída foi amplamente disseminada pelo trader norte-americano Van K. Tharp, através de sua reconhecida obra “Trade Your Way to Financial Freedom”, elaborada em 1998.

De acordo com Tharp, o trader deve ter consciência que estancar os prejuízos é fundamental para ser bem sucedido no mercado, como mostra o trabalho “The Value of Stop Loss Strategies”, desenvolvido recentemente pelos mestres Adam Y.C Lei e Huihua Li nos Estados Unidos.

Muitos investidores pensam somente em encontrar o melhor ponto de entrada e esquecem dos riscos da operação, afirma Tharp, erro que pode custar todo seu patrimônio. Por isso, o “Manejo de risco” explorará neste artigo algumas das principais ferramentas de stop utilizadas pelos traders.

Stop loss gráfico
Uma das estratégias mais primitivas utilizadas para determinar o stop loss da operação é baseada na mínima do candle de entrada, mais conhecida como Stop Curto. Nos guias de análise técnica recomenda-se utilizar este método em operação de day trade, uma vez que o Stop Curto costuma não ser eficiente, ou melhor, frustrante, nas operações de swing trade.

Os investidores que utilizam o Stop Curto para swing trade usualmente reclamam do “efeito violino”, quando o preço alcança o stop loss no intraday e passa a subir, assim como o movimento do arco quando o violinista toca o instrumento.

Para solucionar este impasse, os traders usualmente utilizam os pontos de reversão do mercado, ou seja, suportes e resistências importantes, canais de alta e de baixa, linhas de tendência, padrões gráficos e candlesticks.

Contudo, assim como no primeiro método, o investidor estará muito exposto ao “efeito violino”, uma vez que muitas pessoas saberão onde o stop loss foi alocado, já que é uma região evidente no gráfico. Sabendo disso, outros investidores buscarão exercer suas posições nestes pontos críticos, tendo em vista a grande probabilidade de ser exercido em função do acúmulo de ofertas, e, portanto, não havendo necessidade de comprar a níveis mais altos.

Stop loss baseado no preço
No nono capítulo do seu livro, Tharp sugere aos investidores buscarem alternativas de stop “ilógicas” para o mercado e que fujam do ruído dos preços. Para não ser mais um alvo do arco do violino, os guias de análise técnica recomendam aos traders vincularem o stop à exposição ao mercado.

Os métodos Martingale e Antimartingale, além do FFE (Fixed Fraction Exposure), são alternativas interessantes ao investidor, pois propõem limitar as perdas conforme o percentual exposto na operação, ou seja, através da gestão do patrimônio, algo particular. Apesar de eficientes, os métodos envolvem, essencialmente, cálculos arbitrários de exposição ao risco, como a famosa regra de nunca arriscar mais de 2% do capital em uma única operação.

Sem o amparo de uma base estatística, o investidor pode alterar sem peso na consciência seu stop loss, na fé de uma reversão do mercado ou sinal gráfico que transformará em um passe de mágica seu prejuízo acumulado em lucro.

E aquela operação de swing trade transforma-se em posição de longo prazo por conta da falta de disciplina do investidor, que carrega o papel por meses ou anos para não exercer o prejuízo. Ou pior, encerra a posição e o papel começa a subir. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

Stop loss programado
Para evitar a interferência humana na tomada de decisão, cresce cada vez mais o uso de técnicas baseadas em osciladores e na volatilidade dos candles com stop móvel. É comum se deparar com sistemas fundamentados no cruzamento de médias móveis ou interligados nas Bandas de Bollinger.

Contudo, a inserção da volatilidade dentro dos sistemas de gestão de risco, utilizada por grandes instituições financeiras, vem sendo uma tendência mundial, por trazer melhores resultados e pela eficiência em fugir do ruído do mercado, como a exigência posta por Tharp no começo do artigo.

O uso do VaR (Value at Risk) como ferramenta de manejo de risco, visando estimar a perda máxima esperada de um ativo ou carteira, foi um grande avanço no mundo das finanças, advento que abriu os olhos dos traders em relação à importância da volatilidade para compor o stop loss.

Cientes da exigência, muitos investidores utilizam atualmente o SaR (Stop and Reverse) como stop móvel, a fim de capturar as reversões de preço. Contudo, a deficiência em movimentos laterais traz dúvidas quanto à sua eficiência.

A fim de propor uma alternativa melhor, Tharp sugere em seu livro utilizar o stop móvel vinculado ao ATR (Average True Range), indicador que mensura a volatilidade dos candles, alternativa que será tema do próximo “Manejo de Risco”. Aguardem!

terça-feira, 25 de maio de 2010

VaR: vantagens e críticas de um dos métodos de manejo de risco mais utilizados

SÃO PAULO - Na década de 1950, o economista norte-americano Harry Markowitz associou risco, retorno e diversificação para encontrar a Fronteira Eficiente que possibilitasse a maximização do retorno em função de uma determinada mensuração de risco assumido, relação esta que deu origem à Teoria Moderna do Portfólio.
A lapidação do modelo ao longo dos anos, com estudos na área de finanças, foi ganhando espaço no mundo acadêmico e financeiro desde então, ante a possibilidade de automatização das estratégias de investimentos.
Mais um pouco de história
No início da década de 1990, o então CEO do JP Morgan, Dennis Weatherstone, ordenava que seus operadores enviassem um relatório 15 minutos antes do fechamento de Wall Street relatando a exposição total do banco no mercado, a fim de controlar diariamente a exposição ao risco das carteiras.
O retorno positivo da metodologia desenvolvida pela equipe do JP Morgan foi tão grande que o banco de investimento norte-americano decidiu criar uma divisão especializada em fornecer relatórios sobre análise de risco, batizada como RiskMetrics, hoje uma empresa a parte da instituição.
Foi então que, em 1994, a metodologia utilizada pelo JP Morgan foi divulgada e o mercado passou a conhecer o modelo de análise de risco VaR (Value at Risk), uma das principais ferramentas de manejo de risco utilizadas no mercado.
VaR
O VaR é calculado a partir da maior perda esperada de um ativo ou carteira, sob condições normais de mercado*, relacionado a um intervalo de confiança** e horizonte de tempo previamente estabelecidos.
Com base no histórico de um determinado ativo e estudos estatísticos, o investidor poderá saber através do VaR quanto sua carteira está exposta ao risco em um determinado espaço de tempo.
Romain Berry, analista do JP Morgan, explica em um estudo que existem, basicamente, três metodologias para se calcular esta medida de risco: Paramétrico, Simulação Histórica e Simulação de Monte Carlo.
Os grandes fundos de investimentos utilizam predominantemente o VaR Paramétrico, pois, através deste método, o gestor pode englobar uma série de variáveis estatísticas e econométricas, tornando a análise mais dinâmica ao mercado.
As duas últimas versões são mais simples de serem aplicadas pelo investidor. Necessitam de um histórico de cotações confiável e relativamente extenso, pois quanto maior a amostra, maior a confiabilidade do resultado.
Simulando cenários
Para entender melhor a dinâmica do VaR, a equipe InfoMoney compilou os retornos percentuais dos papéis preferenciais da Petrobras (PETR4) em dois anos de pregões, ou seja, uma amostra com 495 observações.
Utilizando um intervalo de confiança de 95%, calculamos a pior perda esperada para o período de um dia de negociação, chegando ao VaR (Simulação Histórica) de 4,80%, ou seja, o investidor espera, com base nesta medida de risco, uma perda máxima de 4,80%. Caso estivesse alocado R$ 50 mil em ações preferenciais da estatal, o sistema toleraria uma perda de R$ 2,4 mil em um pregão.
Por meio da média e o desvio padrão*** da amostra, 1,95% e 3,12%, respectivamente, e respeitando o pressuposto que o mercado ao longo do tempo tem um comportamento semelhante a uma curva normal, a equipe InfoMoney representou os retornos diários dos papéis da Petrobras conforme o gráfico abaixo:

Principais críticas
Apesar de ser eficiente em proporcionar ao investidor uma estimativa da potencial perda de uma carteira em função do histórico dos preços, como enfatiza Philippe Jorion, professor norte-americano da Universidade da Califórnia e ativo defensor do VaR, muitas críticas são feitas à ferramenta de análise de risco.
Um dos principais críticos do VaR é o conhecido trader de opções e filósofo Nassim Taleb, autor do livro A Lógica do Cisne Negro, publicado em 2007, utilizado por muitos para entender melhor a crise financeira de 2008 por explorar o impacto de eventos com baixíssima probabilidade de ocorrência.
De acordo com Taleb, o VaR é falho por pressupor que o mercado pode ser representado por uma curva normal, desconsiderando os eventos “fora da curva”, ou melhor, à esquerda da curva, por serem estatisticamente raros e causarem um grande impacto.
Como consequência deste contraponto, o VaR foi uma ferramenta de manejo de risco ineficiente na última crise, uma vez que o mercado recuou forte em uma velocidade acima do normal, passando a ‘negociar na cauda da curva’.
Seus méritos
Em meio às duras críticas e aperfeiçoamentos, o VaR se sustenta entre as ferramentas de manejo de risco mais utilizadas pelo mercado como um todo. Contudo, para evitar erros grosseiros de interpretação, tanto o investidor institucional, como o investidor pessoa física, deve desenvolver o modelo com validação estatística, para alinhar perdas máximas previstas com perdas reais, assunto que será tratado em uma próxima oportunidade no “Manejo de Risco”.
* Eventos aleatórios que desenvolvem ao longo tempo uma forma simétrica em torno da média.
** Probabilidade de um evento ocorrer.
*** Medida de dispersão dos eventos em torno da média.

Eleve lucros e reduza perdas em day trades com um bom manejo de risco

SÃO PAULO - A popularização do mercado financeiro e o avanço tecnológico do Home Broker nos últimos tempos abriram caminho para diversas estratégias de negociação mais dinâmicas, desde os algotraders (programas que avaliam milhares de variáveis e exercem a operação em nanosegundos) aos clássicos swing traders e day traders, mais conhecidos do investidor pessoa física.
Independente da estratégia utilizada, o investidor deve ficar atento à evolução do seu patrimônio e adaptar métodos para proteger seu capital. Depois de apresentar o f% (Fixed Fraction Exposure), sistema de manejo de risco que procura identificar qual o melhor percentual do capital total que devemos utilizar em cada operação, o projeto “Manejo de Risco” discute agora os métodos Martingale e Antimartingale.
Apesar de antigas, as duas teorias de administração de portfólio são úteis para os traders mais ativos, pois são essencialmente fundamentadas no lucro ou prejuízo de cada operação.
Preferência em relação ao risco
Antes de iniciar a explicação sobre cada método, reflita sobre esta questão: como você reage frente ao risco ao investir? Você é majoritariamente avesso ao risco ou propenso ao risco?
As perguntas são pertinentes quanto estamos falando de manejo de risco e abre um leque de discussão dentro do mundo de finanças. Quando o investidor resolve assumir uma posição no mercado financeiro, esbarra na incerteza relativa às expectativas de ganhos e perdas futuras, o que torna a tomada de decisão cercada de complexidade.
Tradicionalmente, assume-se que os indivíduos fazem escolhas racionais e maximizam suas preferências à luz da Teoria de Utilidade Esperada*, mas as prospecções falhas dos indivíduos expostas ao longo dos séculos 19 e 20, como as bolhas de mercado, abriram espaço para uma nova análise do agente econômico, visando incorporar aspectos psicológicos.
Em 1979, por meio do artigo Prospect Theory: an analysis of decision under risk, Daniel Kahneman e Amos Tversky formularam a Teoria da Perspectiva, a fim de englobar os fenômenos psicológicos que influenciam o agente econômico ao tomar uma decisão.
Ao contrário do postulado na Teoria de Utilidade Esperada, os autores concluíram que a função utilidade dos agentes econômicos é côncava para ganhos e convexa para perdas, ou seja, os agentes colocam duas vezes mais peso às perdas em relação aos ganhos.

Relação com Martingale
A teoria defendida pelos economistas comportamentais sugere que os agentes econômicos procuram, no âmbito das perdas, se exporem às opções de risco para recuperar os prejuízos computados na escolha ao invés de aceitar uma perda de menor magnitude e com maior probabilidade. Intuitivamente, os agentes econômicos são avessos ao risco quando estão lidando com ganhos, ao passo que buscam risco quando há possibilidade de perda.
Predizendo o fato, o método Martingale baseia-se na impossibilidade de uma série infinita de eventos perdedores, ou seja, “quanto maior as perdas consecutivas, maior será a probabilidade de ganhos na próxima aposta”, explica Christian Cayre, consultor do CHR Investor.
Tendo como pressuposto que os movimentos do mercado financeiro são totalmente aleatórios, o Martingale pode levar, por exemplo, o day trader à falência por esta estratégia, como mostra a tabela com investimento de 1% do capital total em cada operação:

Apesar de existir também a probabilidade de ganho em meio aos trades feitos, o método Martingale não busca diminuir o risco da operação, mas elevar o risco em função dos trades perdedores, o que não faz sentido.
Em resposta a está incógnita, fora desenvolvido o Antimartingale. Neste caso, o investidor diminuirá sua exposição ao risco após um prejuízo e elevará em caso de um trade vencedor.
Antimartingale
Para entender melhor a diferença entre os dois métodos, suponha que um day trader com capital inicial total de R$ 30.000 executou seus trades com stop gain de 3% e stop loss de 1,5%, sendo uma simulação que o trader lucra dois trades e registra prejuízo no trade seguinte. Pelo método Martingale ele chegaria a este resultado:


Pelo Antimartingale, o trader elevará sua exposição em 5% caso obtenha um trade lucrativo, assim como diminuirá sua exposição ao mercado em 5% ao primeiro trade com prejuízo. Neste caso, o resultado foi o seguinte:

Resultado final
Na comparação entre os dois métodos, é possível visualizar três vantagens básicas do Antimartingale:
1º - Menor exposição ao risco em razão ao lucro auferido
2º - Maior tempo no mercado
3º - Lucro maior ao final do processo
Apesar da simulação estar a favor do trader, uma vez que a proporção é de 2 trades lucrativos para 1 com prejuízo, o sistema Antimartingale mostrou-se mais adequado para estratégia de manejo de risco. Contudo, o percentual de 5% é a melhor razão para o investimento em questão?
Para responder tal pergunta, o consultor do CHR Investor recorrerá à fórmula de Kelly, que “ajudará a encontrar o percentual ótimo de capital a investir”. Assunto que será tratado no próximo “Manejo de Risco”.

Manejo de risco: proteja seu patrimônio através do Money Management

SÃO PAULO - Após definir o stop da operação, ou seja, qual ponto exercerá seu lucro e limitará sua perda, o próximo passo do investidor é saber quanto do seu capital será destinado no trade, seguindo a lógica de diversificação do portfólio, que não se limita apenas aos investimentos de longo prazo.
Aquele que opera via análise técnica utiliza, basicamente, os “sinais” dados por indicadores técnicos, suportes e resistências, padrões gráficos e candlesticks para melhor exercer sua opção de compra e venda, além de mensurar o risco da operação através das linhas de tendência.
Caso o trader entre uma operação contra a tendência, ou seja, exerça compra frente uma tendência de baixa do ativo, o risco da operação é maior quando comparado a um trade a favor da tendência, por exemplo. E este tipo de análise, óbvia ao olhar, por vezes é negligenciada pelos investidores, que potencializam a probabilidade de prejuízo com vistas à maior possibilidade de ser exercido o stop loss.
A experiência no mercado mostra que é fundamental para o trader avaliar com muito cuidado como e quanto investirá e o custo de oportunidade da operação. Esta varredura antes de iniciar um trade é conhecida no mundo das finanças como Money Management.
Money Management
Uma das principais críticas feitas à análise técnica reside sobre a utilização dos preços históricos para “prever” o movimento do mercado. Mesmo sendo infundada a afirmação, pois a análise técnica avalia probabilidades ao invés de futuro, a declaração é válida para alertar ao investidor que não existe fórmula mágica para antever o movimento dos preços.
Justamente por esta razão, fundos de investimento e investidores consagrados no mercado utilizam o Money Management para minimizar o risco de exposição do capital e almejar o máximo de lucro quando o trade está a favor de sua projeção.
No Brasil, o tema administração de portfólio para traders não é muito difundido como nos Estados Unidos, onde existem diversos livros sobre o tema. Money Management strategies for futures traders, elaborado pelo estrategista Nauzer Balsara, é considerado um dos guias mais completos sobre o assunto, pois sintetiza em 10 capítulos as principais recomendações para elevar a eficiência da gestão da carteira.
Ferramentas de gestão
Em seu livro, precisamente no terceiro capítulo, Balsara descreve a importância de mensurar a razão entre risco e retorno para quem utiliza a análise técnica, dando ênfase a formações como Bandeira e Flâmula, Topo e Fundo Duplo, O-C-O (Ombro-Cabeça-Ombro) e Triângulos para antecipar possíveis reversões.
Um dos métodos de Money Management que o estrategista sugere utilizar é o sistema de manejo de risco conhecido como Fixed Fraction Method, ou simplesmente f%, a fim de identificar qual o melhor percentual do capital que deverá ser alocado em cada operação.
Além deste método de gestão de capital, existe também os modelos consagrados Martingale e Antimartingale, além da Fórmula de Kelly, que considera a probabilidade de ganho do trade, e o famoso VAR (Value At Risk).
InfoMoney educacional
Depois desta breve introdução, ficou curioso em saber como proteger melhor seu capital? A InfoMoney, por meio do projeto "Manejo de Risco", desenvolverá matérias específicas sobre cada método de avaliação para que o investidor tenha a oportunidade de elevar sua rentabilidade no mercado.
Pois como relatou Nauzer Balsara em seu clássico livro: “Trade é um jogo na qual o ganhador é aquele que controla melhor suas perdas”, uma vez que “erros de julgamento são inevitáveis quando operamos”.

Diversifique melhor sua carteira de investimentos com a Fórmula de Kelly

SÃO PAULO - No último “Manejo de Risco”, o consultor do CHR Investor, Christian Cayre, abordou os métodos Martingale e Antimartingale, a fim de demonstrar ao investidor uma maneira para diminuir a exposição ao risco em razão dos lucros auferidos no mercado, como também citou um processo que “ajudará a encontrar o percentual ótimo de capital a investir”.
Em 1956, John Kelly, a pedido da AT&T, analisou os ruídos das chamadas de longa distância nos Estados Unidos para otimizar o serviço da companhia. Através de métodos probabilísticos, compilados no artigo A New Interpretation of Information Rate, o físico chegou na famosa Fórmula de Kelly, incorporada logo em seguida por jogadores de cassinos e no mercado financeiro como manejo de risco.
A fórmula já adaptada ao mundo dos trades leva em conta a probabilidade de ganhos da amostra (W) e a média histórica entre os lucros e os prejuízos auferidos (R), como assim representado:

Assumindo uma simulação através do método Antimartingale, exposta na matéria passada, com resultado a favor do trader (2 trades lucrativos contra 1 trade com prejuízo), podemos chegar ao seguinte resultado:

Ou seja, um percentual de 58%.
Interpretando o resultado
O percentual obtido representa, em tese, o tamanho da posição que o trader deverá se expor conforme a estratégia utilizada para aquela ocasião. É importante lembrar que a simulação sugere uma alta exposição à renda variável, não necessariamente uma regra no mundo real.
“Em resumo, Kelly nos deu uma abordagem matemática capaz de definir o melhor percentual de risco a ser adotado em uma carteira visando maximizar os lucros”, afirma o consultor do CHR Investor.
A Fórmula de Kelly ajudará o trader a diversificar melhor seu portfólio de investimentos, mas é importante ter em mente que a proposta é alocar de maneira eficiente o capital conforme a estratégia adotada pelo trader, não definir ponta de compra ou de venda, por exemplo.
Portanto...
A mescla entre estratégias de gerenciamento de risco e análise técnica pode ser uma boa alternativa ao investidor, pois, com os respectivos instrumentais, o trader poderá definir pontos de entradas conforme a dinâmica do mercado e proteger seu capital.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Escalpelar: como usar velocidade e spreads a seu favor no mercado de ações

Escalpelar: como usar velocidade e spreads a seu favor no mercado de ações

SÃO PAULO – Escalpelar. Uma prática de guerrilha dos índios norte-americanos, acidente comum entre as mulheres da região amazônica, ou, para os mais modernos, passatempo do personagem Aldo Raine no filme de Quentin Tarantino. Além de todas colocações, escalpelamento também é, acredite, uma estratégia de investimento, que busca ganhos com arbitragem entre ordens de compra e venda postas no livro de ofertas.

Observando o comportamento das ofertas, que podem estar pendendo mais para o lado comprador ou vendedor, investidores assumem e liquidam posições em um pequeno período de tempo, visando os ganhos entre os preços de compra e venda, o chamado spread. "O spread segue o mesmo raciocínio do book, onde será avaliado se há maior pressão compradora, ou vendedora", explica Leandro Martins, professor do Seu Consultor Financeiro.


Régua do livro de ofertas do Profit Chart

Partindo do princípio de que decompondo os movimentos dos preços intraday em timeframes suficientemente pequenos é possível encontrar momentos em que as cotações permanecem estáticas, os escalpeladores colocam ordens casadas de compra e venda buscando pequenos lucros com limitada exposição ao risco, uma vez que eles liquidam suas posições rapidamente.

Liquidez
Como os ganhos por negócio tendem a serem pequenos, esses negócios precisam envolver quantidades significativas de ações e serem repetidos diversas vezes ao longo do pregão para atingirem uma rentabilidade mais expressiva. Em vista desta dinâmica, o escalpelamento pede por ações mais líquidas, que podem apresentar um livro de ofertas mais extenso e maior número de interessados.

Contudo, lembra Martins, justamente nesses papéis em maior evidência, os spreads tendem a ser menores. "Ações mais negociadas apresentam spreads menores, por exemplo, compra a R$ 33,01 e venda a R$ 33,02". O grande desafio para este tipo de investidor é o timing de colocação de suas ordens, uma vez que, em questão de segundos, os gaps entre os lados comprador e vendedor podem se fechar e até se inverter.

Logo, para conseguir operar esta estratégia são necessários alguns aparatos técnicos: gráficos com timeframes reduzidos, acesso a plataformas de negociação diferenciadas, com maior velocidade de colocação de ordens e ferramentas de leitura do livro de ofertas, como a régua de spread. Posto desta forma, escalpeladores atuam em um nível quase profissional, operando horas e horas para somar pequenos lucros. De fato, sua atuação em muito se assemelha a outra figura conhecida no ambiente da bolsa de valores: o formador de mercado.


Imagem do livro de ofertas do Profit Chart
Formador de mercado
Definidos pela BM&F Bovespa como “agente de liquidez, facilitador de liquidez e promotor de negócios”, o formador de mercado é o profissional que se propõe a garantir liquidez mínima e referência de preço para ativos previamente credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência no mercado de capitais. Ele o faz através da colocação de ofertas visando equalizar as forças compradora e vendedora.

Em outras palavras, o formador de mercado busca estabelecer um preço atrativo para um ativo, para que outros investidores se interessem pelo papel sem temerem a menor liquidez.

Contudo, como todo profissional, ele busca lucro com seu trabalho, o que não é auferido por conta das oscilações do papel, e sim pela diferença entre preço de compra e de venda - o spread citado acima.

Nesse sentido ele age como um corretor, comprando barato e vendendo caro. Os pequenos ganhos feitos com estes negócios formam o lucro deste tipo de profissional, assim como os escalpeladores.

Contudo, por conta de seu perfil profissional, os formadores de mercado têm certas vantagens, como acesso a ferramentas mais avançadas, maior velocidade de execução de ordens, maior capital de investimento e isenção de taxas de corretagem.

Esta, aliás, é uma das dicas que Leandro Martins dá aos interessados neste tipo de estratégia - ao procurar um corretora, busque aquelas que têm corretagem fixa ou com alta devolução da tabela Bovespa - lembre-se que estes custos são o primeiro obstáculo ao lucro.

"O investidor pessoa física deve-se utilizar do privilégio de não ser pesado e operar com maior facilidade", recomenda.

sábado, 30 de janeiro de 2010

CNPI, CFA, CEI: saiba mais sobre os certificados para profissionais do mercado

CNPI, CFA, CEI: saiba mais sobre os certificados para profissionais do mercado


SÃO PAULO - CNPI, CPA, CFA, CEI. Essas siglas são velhas conhecidas de muitos, mas podem impressionar os mais iniciantes no mercado. O número de certificações possíveis para profissionais de investimento pode surpreender a primeira vista - entretanto, numa análise mais a fundo, a especificidade de cada um dos certificados mostra que não é necessário se preocupar em ter que acumular inúmeros certificados para trabalhar no mercado.

No Brasil, há algumas certificações obrigatórias, que variam conforme o cargo do profissional. Os principais são o CNPI (Certificado Nacional do Profissional de Investimento), o CPA-10 (Certificação Profissional Anbima – 10), e o CPA-20 (Certificação Profissional Anbima - 20).

CNPI
O CNPI é considerado obrigatório pela CVM para função de Analista de Valores Mobiliários, e é oferecido através da Apimec. A certificação tem três tipos distintos: para analistas fundamentalistas (CNPI), para analistas técnicos (CNPI-T) e para analistas plenos. “O candidato poderá se inscrever nos exames separadamente, em qualquer ordem. A partir da primeira inscrição, ele terá o prazo de um ano para concluir e ser aprovado nos dois exames”, explica a Apimec.

Assim, as provas são aplicadas em três fases – a primeira, chamada de CB (Conteúdo Brasileiro), é comum a todos, e tem 75 questões de múltipla escolha sobre temas como sistema financeiro nacional, mercado de capitais, mercado de renda fixa, mercado de derivativos, entre outros.

A segunda fase, para os fundamentalistas, tem 72 questões de múltipla escolha sobre análise e avaliação de ações, finanças corporativas e contabilidade financeira e análise de relatórios financeiros. Por fim, a terceira fase – para analistas técnicos – também conta com 72 questões de múltipla escolha contendo as seguintes matérias: Princípios de Análise Técnica; Dow, Elliott e Fibonacci; Retas, Tendências e Médias móveis; Stop, Suporte e Resistência; Volume & Contratos em Aberto.

CPAs
Já o CPA-10 e CPA-20 são obrigatórios para funcionários de bancos que lidem diretamente com clientes. O CPA-10 é exigido para que o profissional venda produtos de investimento ao investidor comum, e também é direcionado a profissionais de cooperativas de crédito que devem ser certificados para desempenhar suas atividades.

O exame contém 50 questões de múltipla escolha.

O CPA-20, por sua vez, se destina a profissionais em contato com investidores qualificados – incluindo os gerentes que atendam os segmentos private, corporate e investidores institucionais. O exame contém 60 questões de múltipla escolha.

De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), “caso a instituição seja aderente ao Código de Regulação e Melhores Práticas para Fundos de Investimentos, os profissionais que atuem em centrais de atendimento devem obrigatoriamente possuir o CPA-20”.

Autônomos
Além disso, a Certificação para Agente Autônomo é considerada obrigatória para o agente autônomo de investimento. Segundo a CVM, esse agente “é a pessoa natural que obtém registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, para exercer, sob a responsabilidade e como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, a atividade de distribuição e mediação de valores mobiliários”.

O certificado é responsabilidade da Ancor (Associação Nacional das Corretoras de Valores, Câmbio e Mercadorias).

Extras
Além das obrigatórias, há uma gama de certificações de diferenciação – ou distinção – que o profissional de investimento pode obter. Uma das principais é o CFA (Chartered Financial Analyst), um certificado global que vale como uma pós-graduação na área financeira. “É o topo da pirâmide”, explica Toya Tamega, gerente de marketing da FK Partners, que oferece cursos preparatórios para o exame. Segundo ela, apenas 350 profissionais no Brasil possuem essa certificação.

O CIIA é outro certificado internacional voltado para profissionais do mercado financeiro e de capitais. Segundo a Apimec, que oferece o exame, “a obtenção do diploma CIIA confere ao profissional a certificação de um elevado padrão de conhecimento essencial para a atuação na área de investimentos”. O CNPI é um pré-requisito para a obtenção do CIIA.

Em sua maioria, os certificados de distinção são relevantes dependendo do cargo e do objetivo profissional. O CFP, por exemplo, interessa a profissionais que querem trabalhar na área de private de algumas instituições, enquanto o CEI se destina a profissionais com ambições de operar no varejo de alta renda – um pouco abaixo do investidor especializado, mas ainda com um valor acima do varejo comum.

O CEI (Certificação para Especialistas de Investimentos) é outra opção para assessorar os clientes sobre decisões de investimento – considerando o perfil do investidor em suas recomendações. O CGA (Certificação de Gestores Anbid), por sua vez, é voltado para o profissional que realiza gestão remunerada de recursos de terceiros, com poder de decisão sobre os investimentos. Apesar de não ser obrigatório pela CVM, o CGA é obrigatório por autorregulação.

Por fim, o CGRPPS (Certificação de Gestores de Regime Próprio de Previdência Social) é uma certificação voltada para profissionais dos que atuam nos Institutos de Previdência dos estados e dos municípios.

É importante mencionar que alguns dos exames têm pré-requisitos. O CFP, por exemplo, exige o mínimo de três anos de experiência profissional em atividades relacionadas ao processo de planejamento financeiro pessoal. Já o CEI tem como pré-requisito o CPA-10 ou CPA-20.

Cursos e mercado
Em meio a tantos certificados, os profissionais encontram maneiras de se preparar para as certificações. A FK Partners, por exemplo, já teve em torno de 3 mil alunos desde sua criação, em 2004. Segundo Tamega, a demanda voltou a aumentar na metade de 2009, depois de uma baixa durante o pico da crise.

Apesar de o principal produto da FK Partners na área financeira ser o preparatório do CFA – já que é a única instituição no País a oferecer o curso – a empresa planeja abrir um curso online de preparação para o CNPI, que tem uma agenda de provas bastante flexível.

Algumas instituições, como o Banco do Brasil – o maior gestor de fundos do País -, oferecem esses cursos internamente, para estimular os funcionários a buscar uma melhora profissional. Na contratação, o banco não exige formação acadêmica específica ou certificado do mercado – entretanto, o CPA-10 e o CPA-20 são obrigatórios para profissionais de investimento que lidem com clientes, conforme o cargo ocupado.

De acordo com José Caetano de Andrade Minchillo, da diretoria de Gestão de Pessoas do Banco do Brasil, caso o funcionário ainda não tenha as certificações e queira se candidatar a uma vaga com esse pré-requisito, a Universidade Corporativa do banco oferece cursos internos de preparação, desenvolvidos internamente. “O banco estimula que as pessoas que atendem o pré-requisito tirem a certificação – ou através do banco, ou reembolsamos o custo do certificado”, afirma Caetano. O banco já treinou 2.036 funcionários para o CPA-10, e outros 1.229 para o CPA-20.

Além disso, o BB conta com 10 certificações internas, que somam pontos no sistema de carreiras do banco, apesar de não obrigatórias. “O banco leva em conta um profissional que detém várias certificações além da obrigatória – incluindo graduação, pós-graduação, certificados externos e internos, de língua estrangeira. Estimulamos essa formação, e tudo é considerado no sistema”, conclui Caetano.

Confira o custo de algumas das certificações:

Responsável Certificado Custo
Andima/ Anbid CAP-10 R$ 160
CAP-20 R$ 300
CGA R$ 800
CEI R$ 500
Apimec CNPI R$ 495*
CGRPPS R$ 160
IBCPF CPF R$ 700**
CFA Institute CFA US$ 111***

*Valor sem desconto para membros da Apimec, para os três módulos
** Valor de 22/11/2009
*** Pagamento até fevereiro de 2010, para prova de junho

domingo, 17 de janeiro de 2010

Histórico de cotação Bovespa - 15 anos

Banco de Dados das ações e índices da Bovespa com 15 anos de cotações de 168 ativos -gratuito

Atualizado até 31/Dezembro/2009

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Médias móveis: saiba como funcionam e como utilizar este indicador

SÃO PAULO - Alguns analistas, conhecidos como analistas técnicos, fazem uso de gráficos e indicadores para se orientarem no mercado financeiro. Através destas ferramentas, é possível identificar tendências e as reversões destas tendências, de forma que o investidor pode operar de acordo com elas, e não contra elas.

Além do conhecido gráfico de barras e os candlesticks, bastante utilizados para traçar as linhas de tendência ou identificar os pontos de suporte e resistência, os analistas técnicos também utilizam indicadores estatísticos que ajudam na hora da tomada de decisão. Dentre estes indicadores, um dos mais utilizados e mais versáteis são as médias móveis.

Como funcionam as médias móveis?
Como o próprio nome sugere, o indicador tira uma média dos preços de um determinado ativo em um determinado período e aplica esta informação num gráfico. Por exemplo, o uso de médias móveis de 10 dias, implica que será tirada uma média, podendo essa ser simples ou exponencial, dos últimos dez preços (normalmente são usados os preços de fechamento) e para cada dia que passa. o preço do novo dia é adicionado à média e o preço do último dia é subtraído, de forma que o gráfico irá se deslocar desta maneira.

As médias móveis são seguidoras das tendências, ou seja, elas só apontam uma tendência quando esta já existe, de forma que a velocidade com que a visualização da tendência irá aparecer no gráfico irá depender do tipo de média utilizada. As médias móveis podem tanto mostrar uma tendência e confirmá-la, como sinalizar uma possível reversão através da identificação de fortes movimentos de compra ou venda do mercado.

Utilizando as médias móveis
Apesar disso, as médias móveis também podem apresentar atrasos, e isso irá variar do período utilizado pelo analista para determinar o calculo da média. Entretanto, esses atrasos podem ser eliminados, à medida que o analista utiliza médias mais curtas, por exemplo, média de 5 dias ou 10 dias para gráficos diários.

Contudo, vale ressaltar que, quanto mais curta for a média, mais sensível ela será a mudanças nos preços, e, por isso, evitará menos atrasos do que as médias mais longas, mas com mais freqüência ela poderá indicar uma tendência falha, um pequeno movimento que não se confirmou mas que poderá parecer consistente no gráfico.

Assim, para se obter o melhor resultado na hora de operar utilizando as médias móveis, é preciso identificar aquele período de tempo em que a média é sensível o bastante para mostrar a tendência com mais velocidade, mas insensível o bastante para não deixar passar as tendências falhas.

Isso dependerá do perfil do investidor, de quanto ele está de disposto a se arriscar para perceber uma tendência antecipadamente, correndo o risco dessa não se confirmar. Além disso, é válido destacar que, como as médias mais curtas são mais sensíveis, o investidor provavelmente irá realizar mais operações, o que lhe gerará maiores custos com corretagem.

Escolha e eficácia
O uso das médias móveis pode ser mais eficaz, de acordo com analistas, com a utilização de mais de um tipo de média junto, combinando dois ou três tipos de médias por exemplo. Isso acontece, porque as médias mais longas funcionam melhor quanto mais forte for a tendência, ao passo que, médias mais curtas são mais eficazes na identificação de uma reversão de tendência.

Além de identificar uma tendência ou sua possível reversão, esta combinação também poderá evitar os atrasos e as falhas de tendência passíveis de ocorrer na utilização das médias móveis.

No caso da utilização de uma média apenas, o investidor pode identificar que um movimento grande de compra foi realizado cada vez que um preço de fechamento ficou acima da média móvel. Em sentido oposto, um movimento de venda será observado caso o preço de fechamento fique abaixo da média. Para a confirmação destes movimentos, alguns analistas preferem esperar a média cruzar o gráfico.

Utilizando duas ou três médias juntas
Na utilização de duas médias juntas, por exemplo de 5 dias e de 20 dias, ou seja, uma média curta e uma longa, um sinal de compra é observado quando a média curta cruza a média longa para cima em uma tendência de queda, configurando um sinal de reversão. O mesmo vale para uma tendência de alta, ou seja, quando a média curta cruza a média longa para baixo e sinaliza a reversão.

Já para a utilização de três médias móveis, por exemplo 5 dias, 10 dias e 20 dias, a confirmação de uma tendência é feita em três etapas: quando a média de 5 dias cruzar a média de 10 dias para cima, no caso de uma tendência de queda, temos então uma sinalização de reversão, quando a média de 5 dias então cruza a média de 20 dias temos a confirmação da tendência e por fim, quando a média de 10 dias cruza a de 20 dias, temos a ratificação deste movimento.

Perfil do investidor e outros indicadores
Mais uma vez, nestes casos o perfil do investidor será fundamental na hora da tomada de decisão, uma vez que um investidor com perfil mais arrojado talvez não queira esperar a ratificação do movimento para comprar ou vender um ativo, já que até o momento da ratificação, o rendimento pode ter diminuído.

Além disso, um fator de fácil visualização e que não requer muita prática na hora de analisar um gráfico com médias móveis é que todo preço tende a se mover em linha com a média, assim, quando por exemplo, o preço está muito acima da média, a tendência é de que ele caia até atingir a média. Da mesma maneira, caso o preço esteja muito abaixo da média, há uma tendência de que ele suba e volte a se encontrar com a sua média. Quanto tempo o investidor irá esperar os preços se distanciarem da média, porém, também irá depender de seu perfil.

Além das médias móveis, existem outros indicadores que, combinados à utilização dos gráficos e das médias móveis, irão prover mais segurança na hora da tomada de decisão, de forma que analistas recomendam esta combinação e afirmam que, à medida que as tendências são identificadas em mais gráficos, mais segura será a tomada de decisão.

Suporte e resistência: conheça os fatores que determinam sua força

Suporte e resistência existem porque as pessoas têm memória, e ela nos induz a comprar ou vender em certos níveis de preço. Assim, o conjunto de compras e vendas por parte dos investidores cria os suportes e as resistências. De maneira simples, são zonas de preços nas quais o movimento atual do mercado tem grandes chances de parar e reverter.

Suporte e resistência são níveis onde as compras e as vendas, respectivamente, são fortes suficientes para interromper ou mesmo reverter um processo de queda ou de alta. Podemos identificar graficamente o suporte por uma linha conectando vários fundos, e a resistência por uma linha conectando os vários topos.

A força por trás de toda a zona de suporte e resistência depende de três fatores: seu comprimento, sua altura e volume negociado.

Tempo: variável fundamental
Quanto mais longa uma área de suporte e resistência, mais forte ela é. Uma congestão de poucas semanas proporciona apenas um mínimo de suporte e resistência, já uma faixa de negociação mais prolongada, com meses ou até anos, é suficiente para gerar nos operadores pontos intermediários e principais de suporte ou resistência.

A força do suporte e da resistência aumenta cada vez que a área é atingida. Quando os preços revertem em certo nível, os investidores tendem a apostar numa reversão na próxima vez que os preços retornarem ao mesmo nível.

Maior amplitude aumenta força do suporte ou resistência
Quanto maior a amplitude de uma área de suporte e resistência, mais forte ela é. Isso se deve ao desgaste do mercado para se chegar ao outro ponto da congestão. Assim, ao se aproximar do outro extremo, já chega sem força para o rompimento.

Por outro lado, se ocorre a perfuração da congestão, é porque a força que a provocou é muito forte e não deverá parar tão cedo, gerando tendências maiores.

Volume deve ser levado em consideração
Quanto maior for o volume de negociação numa área de congestão, mais forte ela é. Altos volumes de negociação numa área de congestionamento mostram envolvimento ativo dos investidores, um forte sinal de comprometimento emocional.

Baixos volumes mostram que os investidores tiveram pouco interesse em operar naqueles níveis, sinal de fraqueza dos suportes e resistências.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

China passa os EUA no posto de maior mercado de automóveis do mundo

SÃO PAULO – O mercado chinês de automóveis ultrapassou o norte-americano e tomou para si o posto de maior do mundo: em 2009, foi registrado no país um aumento de 46% nas vendas de carros em relação ao ano passado, segundo a Associação Chinesa de Fabricantes Automobilísticas.

No total, 13,6 milhões de unidades foram vendidas. A expansão deve-se, além do crescimento econômico do país, ao plano do governo de fomento à demanda interna, que cortou pela metade os impostos incidentes sobre vendas de automóveis novos e ofereceu o equivalente a US$ 732 milhões para que a população trocasse seus carros antigos.

Em 10 de dezembro do ano passado, o governo anunciou planos de retirada das medidas. No entanto, a previsão dos analistas é de que o mercado chinês continue aquecido, em parte, devido ao enorme potencial que ele ainda reserva: o país possui uma média de 35 veículos por cada mil chineses, ao passo que este número nos EUA chega a 800.

Por falar em EUA, por lá, as estatísticas contabilizadas no ano passado não são animadoras. O maior mercado de automóveis do mundo há mais de um século registrou uma queda de 21% em suas vendas, totalizando 10,4 milhões de unidades. O valor é o menor desde 1982.

Investimentos
Não à toa, automobilísticas norte-americanas vêm elevando seus investimentos na China, onde as perspectivas aparentam ser mais promissoras. A General Motors marcou um crescimento de 67% em suas vendas no país asiático no ano passado, atingindo um recorde de 1,83 milhão de veículos.

A Ford deverá investir US$ 490 milhões na instalação de uma terceira planta na China. As europeias também estão de olho no potencial do mercado chinês: a Volkswagen é uma delas, tendo anunciado planos de investir € 4 bilhões (US$ 5,7 bilhões) no país em 2011.